JORNAL DOS ECONOMISTAS – EDIÇÃO DE MARÇO DE 2020

Jornal dos Economistas

JORNAL DOS ECONOMISTAS – EDIÇÃO DE MARÇO DE 2020

Esta edição debate se presenciamos a passagem da hegemonia mundial dos EUA para a China. Esse processo é inexorável? A estratégia de Trump para reverter/adiar a perda da hegemonia é correta? Quais são as consequências para o Brasil?

A edição começa com entrevista com Flávia Vinhaes, primeira mulher a presidir o Corecon-RJ, que fala sobre os principais temas da profissão, o Conselho e as economias brasileira e fluminense.

No artigo de abertura do bloco temático, Francisco Teixeira, da UFRJ, afirma que caminhamos para um quadro multipolar. Os EUA não estão decadentes, mas deixarão de ser uma hiperpotência. Trump mostrou-se mais eficiente na defesa dos interesses americanos que os governos anteriores.

O ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim acredita que o mundo caminha para um ordenamento com equilíbrios múltiplos, com os EUA e China à frente, mas também com a UE e Rússia. O Brasil necessita de alianças, a começar na América do Sul, mas o governo trabalha para destruí-las. O próximo round da “Guerra de Titãs” entre EUA e China se dará no domínio do 5G.

Giorgio Romano, da UFABC, avalia que a atual ameaça à hegemonia dos EUA é comparável à situação no fim da década de 70, quando Reagan agiu para impedir a ascensão do Japão. Mas Trump agora se defronta com a China, que, além do poder econômico, detém poderio militar e deseja se tornar uma potência mundial.

Esther Majerowicz, da UFRN, destrincha a guerra entre os EUA e China pelo controle das tecnologias da informação e comunicação, crucial para a hegemonia mundial. A Huawei dispõe de superioridade nos equipamentos para a infraestrutura do 5G, mas a China carece de máquinas para a manufatura de chips, disponíveis nos EUA, Japão e Europa. Ao Brasil, resta ser mero espaço da disputa pela infraestrutura de telecomunicações.

Carlos Serrano, do LEHC/UFRJ, defende que assistimos ao canto do cisne dos EUA, que perderam a hegemonia produtiva e se entrincheiram nas hegemonias financeira e militar. Em contraste com a China, o capitalismo dos EUA é dirigido por e para instituições financeiras, que drenam os investimentos produtivos. O maior sinal de senilidade da hegemonia estadunidense é Trump.

Diante dos questionamentos sobre a Cedae, o artigo do Fórum analisa o desempenho financeiro e orçamento de investimento da empresa.

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